segunda-feira, 17 de junho de 2013

Poluição atmosférica e Mudanças Climáticas

Escrevi este artigo juntamente com outros dois sobre poluição, tema que já foi cobrado no CACD. Publico agora o referente a Mudanças Climáticas e Poluição Atmosférica.
Dúvidas entre em contato por email ou telefone.
Retomarei as aulas no segundo semestre de 2013.
Aguardem novidades!
Abraços,
W.


A atmosfera é um invólucro fundamental para a existência de vida na Terra. Segundo Mozeto (2001: 42), ela é “o compartimento de deposição e acumulação de gases (e de particulados) como o CO2 e o O2, produtos dos processos respiratório e fotossintético de plantas terrestres e aquáticas”, e “de compostos nitrogenados essenciais à vida na Terra, fabricados por organismos (bactérias e plantas) a partir de N2 atmosférico”. Ademais, a atmosfera absorve a radiação solar, impedindo a destruição de tecidos vivos por ultravioleta, e mantém a temperatura estável, sem grandes oscilações. A figura 1 (MOZETO, 2001: 42) caracteriza a atmosfera terrestre.

Figura 1: Caracterização da atmosfera terrestre.

A tabela 1 (LISBOA & SCHIRMER, 2008: 3) mostra a composição química da atmosfera. Predominam o nitrogênio, com 78%; e o oxigênio, com 21%. Há, ainda, a presença de gases nobres, de dióxido e de monóxido de carbono, de metano, de óxido nitroso e de amônia, entre outros cujo percentual é muitíssimo baixo. Alguns desses compostos químicos são considerados poluentes, que, segundo a CETESB (http://www.cetesb.sp.gov.br/ar/Informa??es-B?sicas/21-Poluentes), são quaisquer substâncias presentes

[...] no ar e que, pela sua concentração, possa[m] torná-lo impróprio, nocivo ou ofensivo à saúde, causando inconveniente ao bem-estar público, danos aos materiais, à fauna e à flora ou prejudicial à segurança, ao uso e gozo da propriedade e às atividades normais da comunidade. O nível de poluição atmosférica é medido pela quantidade de substâncias poluentes presentes no ar. A variedade das substâncias que podem ser encontradas na atmosfera é muito grande, o que torna difícil a tarefa de estabelecer uma classificação.

Dessa forma, os poluentes são classificados em primários, quando emitidos diretamente por fontes emissoras; e secundários, quando são formados através de reações químicas na atmosfera entre poluentes primários e componentes atmosféricos naturais. Classificam-se os poluentes, outrossim, em naturais, como os emitidos em erupções vulcânicas, e poluentes antrópicos, como aqueles decorrentes da queima de combustível fóssil. Além disso, os poluentes são discriminados em seis categorias: material particulado, dióxido de enxofre, monóxido de carbono, oxidantes fotoquímicos, hidrocarbonetos e óxidos de nitrogênio.

Tabela 1: Composição química da atmosfera

A tabela 2 (LISBOA, 2007: 8) elenca os principais poluentes antrópicos, suas fontes e suas principais características. Materiais particulados são aqueles que se mantêm suspensos na atmosfera por serem muito pequenos, como poeira e fumaça; oxidantes fotoquímicos correspondem “à mistura de poluentes secundários formados por reações entre os óxidos de nitrogênio e compostos orgânicos voláteis, na presença de luz solar” (http://www.cetesb.sp.gov.br/ar/Informa??es-B?sicas/21-Poluentes), sendo o ozônio troposférico (não confundir com o ozônio natural), o principal produto destas reações químicas que originam o smog fotoquímico. Acerca deste processo, Henrique Lisboa e Waldir Schirmer (2008: 23-4) afirmam que



Tabela 2: Poluentes e suas fontes e características.

[...] ‘smog fotoquímico’ é o termo utilizado para designar a concentração de ozônio em baixas atmosferas (troposfera) decorrente da reação entre diferentes poluentes emitidos antropogenicamente. A palavra ‘smog’ na verdade é a junção das palavras inglesas ‘smoke’ (fumaça) mais ‘fog’ (neblina), cujo processo de formação compreende inúmeros compostos e reações induzidas pela presença de luz solar. Os principais ingredientes na formação do ‘smog’ são os compostos orgânicos voláteis (COV), os óxidos de nitrogênio (ambos originados principalmente a partir da combustão incompleta de combustíveis fosseis) e a luz solar. Os compostos orgânicos voláteis (COV) incluem a maioria dos solventes, lubrificantes e combustíveis em geral, sendo comumente emitidos por indústrias químicas e petroquímicas (fontes fixas) e por veículos automotores (fontes móveis). De modo geral, são compostos orgânicos com elevada pressão de vapor (sendo facilmente vaporizados às condições de temperatura e pressão ambientes). [...] Estes compostos compõem uma lista considerável de compostos químicos (mais de 600), [em que] quase um terço destes constitui-se [de] substâncias tóxicas.

Henrique Lisboa (2007) enumera seis tipos de efeitos possíveis da poluição do ar: efeitos tóxicos sobre seres vivos; efeitos desagradáveis dos maus odores; efeitos sobre os materiais; efeitos econômicos; efeitos sobre a vegetação; e efeitos sobre as propriedades da atmosfera. Entre os efeitos da toxicidade, há diversos sintomas desde cansaço e dores de cabeça, a irritação nos olhos e nas vias respiratórias, asma, rinite, bronquite e enfisema; destruição de enzimas e proteínas; câncer; degeneração do sistema nervoso central, doenças nos ossos e anencefalia de fetos são os casos mais graves.

Vila Parisi, uma área residencial operária encravada no parque industrial de Cubatão, ficou conhecido por Vale da Morte. As condições topográficas e meteorológico-climáticas contribuíam para a concentração de poluentes, exigindo o funcionamento de mecanismos de controle permanentes dos índices de poluição, o que não impediu “que a concentração de partículas atingisse três vezes o nível de alerta” (OLIVEIRA & SAGULA, 1984: 1). Diariamente, em 1977, as indústrias emitiam “418 toneladas de monóxido de carbono, 220 de benzeno, 182 de dióxido de enxofre, 41 de óxidos de nitrogênio, 31 de hidrocarbonetos, 2.600 de material particulado, além da liberação de outros 75 tipos de poluentes” (NAOUM; MOURÃO; RUIZ, 1984: 271).

Quanto aos materiais, o principal efeito é a deterioração do patrimônio histórico em decorrência de reações químicas, como as causadas por chuva ácida, por oxidação e pela formação de sais na superfície de construções e de monumentos. Os efeitos econômicos ocorrem desde a sujeira das roupas até os custos com saúde pública decorrentes das doenças relacionadas à poluição. Sobre a vegetação, os efeitos mais comuns são alterações no crescimento das plantas, alterações nas suas colorações normais e o colapso do tecido foliar. Ademais, ocorre a

[...] a redução da penetração da luz por sedimentação de partículas nas folhas ou por interferência de partículas em suspensão na atmosfera; deposição de poluentes no solo, por sedimentação (partículas grosseiras) ou por carreamento provocado pelas chuvas (gases dissolvidos e partículas afins), permitindo a penetração dos poluentes pelas raízes e alterando as condições do solo; penetração dos poluentes pelos estômatos das plantas (LISBOA, op. cit.: 31).

Os efeitos sobre as propriedades atmosféricas são os mais importantes para os candidatos ao IRBr, já que implicam em acordos internacionais sobre as mudanças climáticas, termo consagrado e que vem substituir efeito estufa e aquecimento global, uma vez que não há consenso científico acerca do que ocorre com o clima no planeta Terra, exceto pelo fato de que há alterações, em escala temporal de décadas. Molion (2008: 49) assegura que

[...] o clima da Terra tem variado ao longo das eras, forçado por fenômenos de escalas de tempo decadal até milenar. No final da década de 1970, após um período de 30 anos de resfriamento, surgiu a hipótese de que a temperatura média global da superfície estaria aumentando devido à influência humana. Essa hipótese está fundamentada em três argumentos: a série de temperatura média global do ar na superfície ‘observada’ nos últimos 150 anos, o aumento observado na concentração de gás carbônico e os resultados obtidos com modelos numéricos de simulação de clima. Discutiram-se criticamente esses três aspectos, mostrando suas deficiências, e concluiu-se que a representatividade global da série de temperaturas é questionável e que a possível intensificação do efeito estufa pelas atividades humanas, bem como as limitações dos modelos matemáticos de simulação de clima não justificam a transformação da hipótese do aquecimento global antropogênico em fato científico consumado. Apresentaram-se argumentos que sugerem que um resfriamento global, paulatino, nos próximos 15 a 20 anos seria igualmente provável, em face do conhecimento atual que se tem do clima global e de sua variabilidade. Para os climas brasileiros, o resfriamento produz impactos socioeconômicos negativos, pois reduz as chuvas de maneira geral e submete o Sul e Sudeste a uma freqüência maior de geadas no inverno.

Efeito estufa é um fenômeno natural da dinâmica da atmosfera, a qual retém calor e possibilita a existência da vida no planeta da forma como a conhecemos. Os gases que contribuem para a ocorrência desse fenômeno são dióxido de carbono (CO2), metano (CH4), óxido nitroso (N2O) e o vapor d’água. O efeito estufa atribuído ao homem decorreria do aumento da concentração desses gases por razões antrópicas, formando-se uma espécie de filtro que reteria o calor a ser dissipado à noite. Por sua vez, esse aumento da temperatura poderia derreter as calotas polares, aumentando significativamente o nível do mar, entre outras trágicas consequências.

Para evitar a confusão entre o efeito estufa natural daquele que hipoteticamente é atribuído ao homem, optou-se por nomear essa possível elevação da temperatura de causas antropogências como aquecimento global. Contudo, isso não criou consenso. Considerando-se a série de temperatura média global do ar na superfície ‘observada’ nos últimos 150 anos, deve-se lembrar que as estações climatométricas encontram-se em cidades, sujeitas às ilhas de calor, ademais da falta de padronização e da mudança de instrumentação nesse período. Ainda conforme Molion (ibid.: 51-3),

[...] os desvios de temperatura do ar para o globo, com relação à média do período 1961-1990, aumentaram cerca de 0,6 °C desde o ano de 1850. Vê-se que, até aproximadamente 1920 em princípio, houve apenas variabilidade anual, e aparentemente não ocorreu aumento expressivo de temperatura num período extenso, embora haja relatos de ondas de calor como, por exemplo, a de 1896 nos Estados Unidos, que deixou mais de 3 mil mortos somente em Nova York. Porém, entre 1920 e 1946, o aumento global foi de cerca de 0,4 °C. No Ártico, por exemplo, em que há medições desde os anos 1880, o aumento foi cerca de dez vezes maior nesse período, 2,7 °C somente entre 1918 e 1938! Entre 1947 e 1976, houve um resfriamento de cerca de 0,2 °C, não explicado pelo IPCC, e, a partir de 1977, a temperatura média global aumentou cerca de 0,3 °C. O próprio Painel concorda que o primeiro período de aquecimento, entre 1920 e 1946, pode ter tido causas naturais, possivelmente o aumento da produção de energia solar e a redução de albedo planetário[1] [...]. Antes do término da Segunda Guerra Mundial, as emissões decorrentes das ações antrópicas eram cerca de 10% das atuais; portanto, torna-se difícil argumentar que os aumentos de temperatura naquela época tenham sido causados pela intensificação do efeito estufa provocada pelo homem. A polêmica que essa série de anomalias tem causado reside no fato de o segundo aquecimento, a partir de 1977, não ter sido verificado, aparentemente, em todas as partes do globo. [...] A série de temperaturas médias para os Estados Unidos, por exemplo, não mostrou esse segundo aquecimento, sendo a década de 1930 mais quente que a de 1990. [...] Um aspecto muito importante é que as séries de 150 anos são curtas para captar a variabilidade de prazo mais longo do clima. A segunda metade do século XIX foi o final da ‘Pequena Era Glacial’, um período frio, bem documentado, que perdurou por alguns séculos. E esse período coincide com a época em que os termômetros começaram a ser instalados mundialmente. Portanto, o início das séries de 150 anos, utilizadas por vários pesquisadores que contribuíram para o Relatório do IPCC, ocorreu num período relativamente mais frio que o atual e leva, aparentemente, à conclusão errônea de que as temperaturas atuais sejam muito altas ou ‘anormais’ para o planeta. Conclui-se que existem problemas de representatividade, tanto espacial como temporal, das séries de temperaturas observadas na superfície da Terra, o que torna extremamente difícil seu tratamento e globalização. E que estações climatométricas de superfície, portanto, são inadequadas para determinar a temperatura média global da atmosfera terrestre, se é que se pode falar, cientificamente, numa ‘temperatura média global’.

Outro fator de controvérsia é decorrente da concentração de CO2. Para o IPCC[2] (2007: 37), no momento atual há a maior concentração deste gás e de metano na atmosfera dos últimos 650 mil anos, cujo aumento origina-se da queima de combustíveis fósseis, mas Monte Hieb (http://www.geocraft.com/WVFossils /greenhouse_data.html) afirma que 95% do efeito estufa é decorrente do vapor d’água, e que a contribuição humana causaria entre 0,28% e 5,53% desse fenômeno. Além do questionamento da metodologia de cilindros de gelo e dos modelos de simulação de clima (MCGs), Molion (2008: 55-6; 59) lembra que

[...] não há comprovação de que o CO2 armazenado na atmosfera seja originário de emissões antropogênicas. Afirma-se que o CO2 atmosférico tem aumentado a uma taxa anual de 0,4%, correspondendo a um incremento de 3 bilhões de toneladas de carbono por ano (GtC/ano) armazenadas na atmosfera. De acordo com o Sumário do IPCC, somente as emissões por queima de combustíveis fósseis totalizariam 7 GtC/ano. Estima-se que os oceanos, por sua vez, absorvam 2 GtC anuais. Portanto, o balanço não fecha, e ainda faltaria encontrar o sumidouro das 2 GtC/ano restantes, fluxo esse que foi denominado na literatura ‘o carbono desaparecido’. A vegetação – florestas nativas, como a Amazônia, e plantadas – possivelmente seria a seqüestradora desse carbono. Por outro lado, sabe-se que a solubilidade do CO2 nos oceanos varia inversamente a sua temperatura. Ou seja, oceanos aquecidos absorvem menos CO2 que oceanos frios. Como a temperatura dos oceanos aumentou ao longo do século XX, a concentração de CO2 atmosférico já poderia ser até superior à medida atualmente, considerando-se apenas as emissões antrópicas. Portanto, é possível que o fluxo de CO2 absorvido pelos oceanos esteja sendo altamente subestimado. A literatura cita que o fluxo para dentro dos oceanos foi estimado em 92 GtC/ano. Um erro de 10% nessa estimativa corresponderia a uma fração três vezes maior que a que fica armazenada na atmosfera anualmente. [...] não [se] esgota[m], de maneira alguma, os problemas de modelagem dos processos físicos e as possíveis fontes de erros dos MCGs atuais. Porém, são suficientes para demonstrar que as ‘previsões’ feitas por eles para os próximos 100 anos podem estar superestimadas e que, portanto, a hipótese do aquecimento pelo efeito estufa intensificado, aceita pela maioria, segundo se afirma, pode não ter fundamento sólido, já que os resultados de modelos são um de seus três argumentos básicos utilizados em defesa da hipótese do aquecimento global antropogênico.

Desse modo, o único ponto em que a comunidade científica concorda é que estejam ocorrendo mudanças climáticas. Molion (ibid.: 59-64) afirma, contudo, não apenas que o homem não é responsável pelas mudanças climáticas, mas que, ao contrário da afirmação que a temperatura na Terra está aumentando, o que tem ocorrido é o resfriamento do planeta. De todo modo, o climatologista ressalva a necessidade de estudos sobre outras variáveis que influenciam o clima, como a temperatura da superfície dos oceanos, a variação da produção de energia solar, a tectônica de placas, o vulcanismo, os parâmetros orbitais da Terra e os impactos dos raios cósmicos galáticos.

Apesar de não acreditar em mudanças climáticas de causas antropogênicas, Molion assevera que não há quaisquer razões para a degradação ambiental. Outra polêmica na qual este acadêmico toma parte é sobre o buraco na camada de ozônio. Nesse caso, também há teses de que a ação humana contribuiu para a alteração da química do ozônio na atmosfera – na estratosfera, este componente químico absorve radiação ultravioleta; na troposfera é poluente. Há quatro teorias principais para explicar esse fenômeno: a dinâmica, a do óxido de nitrogênio, a da ação dos gases CFC e a dos ciclos solares. Segundo Henrique Lisboa (2007: 18), a teoria dinâmica

[...] é muito importante para estudos sobre o ozônio na estratosfera. A prova maior da importância de movimentos dinâmicos sobre a distribuição e variação do ozônio é sua variação latitudinal. A maior produção fotoquímica do ozônio deve ocorrer no equador, onde a incidência de radiação UV é mais intensa. Por causa da circulação atmosférica, no entanto, começando com a célula de Hadley na região equatorial, massas de ar são continuamente elevadas na vertical no equador e transportadas para as regiões polares. Em consquencia, a concentração de ozônio não é máxima no equador, mas nas regiões de latitudes altas. A circulação na estratosfera não é idêntica nos polos norte e sul. O transporte de massas de ar do equador praticamente atinge o polo norte, mas não o polo sul; a circulação equatorial só atinge o paralelo 60. Acima desta latitude predomina uma circulação polar própria do hemisfério sul, em torno de um ponto comum que é o Vórtex Polar, e que domina o inverno Antártico.

Sobre a teoria do óxido de nitrogênio, o autor afirma que a presença excessiva desse composto químico destruiria na mesma proporção as moléculas de ozônio; esse excesso decorre da combustão e do uso de fertilizantes nitrogenados. O metano também contribuiria para a degradação do ozônio estratosférico. Outra teoria é a dos CFC, desenvolvida por Sherwood Rowland e Mario Molina. De acordo com Romeu Rocha Filho (1995: 10), Rowland participou de uma reunião entre químicos e meteorologistas, em 1972, e, durante um intervalo,

[...] após uma exposição sobre os gases clorofluorocarbonetos (CFCs), ouviu falar de uma descoberta do cientista inglês James Lovelock [o mesmo que criou a Teoria de Gaia]. Em 1970, Lovelock tinha descoberto um CFC (o triclorofluorometano, conhecido comercialmente como CFC-11) na atmosfera sobre a Irlanda Ocidental; isto era atípico, pois a maioria dos poluentes atmosféricos logo desaparece através de processos de remoção denominados “sumidouros”. [...] Os CFCs aparentemente não tinham sumidouros ativos na troposfera e lentamente subiam para a atmosfera superior.

Molina foi orientando de Rowland, e as pesquisas conduzidas por ambos levaram à conclusão de que “estava na estratosfera o sumidouro dos CFCs”“um único átomo de cloro poderia destruir milhares de moléculas de ozônio”. Ricardo Felício (http://www.geografia.fflch.usp.br/graduacao/apoio/Apoio/Apoio_Felicio /mudancas/05A -Ozonio.pdf) contesta:

[...] a quantidade de energia do Sol é praticamente uma constante, mas as freqüências de emissão não o são. Ele pode compensar emissões de energia em outros comprimentos de onda. Por exemplo, emitir um pouco menos no visível, mas emitir mais no ultravioleta. Sabemos que a atividade solar possui ciclos de 11 anos, alternando máximos e mínimos. Durante esse processo, diversos fenômenos solares ocorrem como manchas solares, flares, protoplasmas, grupo de manchas etc. O que se percebe é que o número de manchas solares incide na quantidade de radiação ultravioleta emitido pelo Sol. Quanto menos manchas, menos radiação ultravioleta, mínimo solar (e mais radiação visível, ou seja, brilho). Notemos que o ano de 1996 coincidiu com um "mínimo solar", ciclo 23, ou seja, quando a atividade solar esteve num mínimo, o Sol produziu menos radiação ultravioleta (UV) que é essencial para a produção de O3, isto é, menos UV, menor concentração de O3. O Sol atingiu um máximo (não tão máximo) de atividade em 2000, ciclo 23 (Fig.28) e a concentrações de O3 aumentaram. Em 2007-2008, o Sol estará num novo mínimo, menos UV, e o “buraco” na camada de ozônio voltará a crescer. O máximo solar de 2000 foi suficiente para aumentar as concentrações globais de O3 em cerca de 3% acima da média (Fig.29). Um ponto interessante, é que existe um possível ciclo solar, de cerca de 90 anos (Ciclo de Gleissberg). Este, prevê que o Sol vai estar num grande mínimo de atividade (minimum minimorum) nos próximos dois ciclos solares (próximos 22 anos), ou seja, de agora até os anos 2022-2023, caso se repitam os ciclos anteriores (1890-1915 e 1800-1825).


[...] há quase 10 anos, reanalis[ou] as séries de ozônio de Oslo e Tronsoe, Noruega, e escrev[eu] um trabalho mostrando que as concentrações de ozônio estratosféricos são altamente variáveis e dependem da variação de fatores internos e externos ao sistema Terra-atmosfera, como produção de radiação ultravioleta pelo Sol e a presença de aerossóis vulcânicos. A verdade é que não há evidências científicas de que a camada de ozônio na estratosfera esteja sendo destruída pelos compostos de clorofluorcarbono (CFCs), que são gases utilizados em refrigeração (geladeira, ar condicionado), como Freon 11 e Freon 12 da Du Pont. O que ocorreu foi que, como os CFCs se tornaram de domínio público e já não podiam ser cobrados direitos de propriedade ("royalties")sobre sua fabricação, as indústrias, que controlam a produção dos substitutos (ICI,Du Pont, Atochem, Hoechst, Allied Chemicals), convenceram "certos" governos de países de primeiro mundo (começou com Sra. Margareth Tatcher, Ministra da Inglaterra)a darem apoio para a "a farsa da destruição da camada de ozônio e do aumento do buraco de ozônio na Antártica" pois, agora, os seus substitutos recebem "royalties". O Freon 12, por exemplo, custava US$1,70/kg e seu substituto R-134 custa quase US$20,00/kg. Como essas 5 indústrias têm suas matrizes em países de primeiro mundo e pagam impostos lá, não fica difícil de se concluir para onde vai nosso dinheiro e de quem é o interesse de sustentar uma idéia, ou hipótese tão absurda como essa da destruição da camada de ozônio pelo homem. Na minha opinião, essa hipótese é uma atitude neocolonialista, ou seja, de domínio dos países ricos sobre os pobres, através da tecnologia e das finanças. Países tropicais, como Brasil e Índia, precisam de refrigeração a baixo custo. A hipótese da destruição da camada de ozônio é uma forma de transferir dinheiro de países pobres para países ricos, que já não possuem recursos naturais e têm que sobreviver explorando os outros financeiramente.

Cabe ressaltar, por fim, que certos posicionamentos estão associados a ideologias políticas. A ciência está longe de ser neutra; muitos que negam o aquecimento global costumam ter posicionamentos direitistas, enquanto que a proteção a patentes e tecnologias verdes vincular-se-iam ao liberalismo. Em um período em que a distinção entre esquerda e direita se torna confusa, não é possível garantir o pertencimento de um cientista a determinado espectro político. Para o candidato e para o diplomata, é importante conhecer ambos os lados do debate; para o concurso, é válido o fato concreto – o arcabouço normativo das convenções das Nações Unidas, que veremos à frente.



[1] Albedo planetário – percentual de [radiação de ondas curtas] ROC refletido de volta para o espaço exterior, atualmente cerca de 30%.

BIBLIOGRAFIA (encontrada também na Internet!):

CETESB [COMPANHIA AMBIENTAL DO ESTADO DE SÃO PAULO]. Qualidade do ar. Disponível em: http://www.cetesb.sp.gov.br/ar/Informa??es-B?sicas/21-Poluentes. Acesso 2 nov 2012.

FELÍCIO, Ricardo.  Material não mais disponível na internet. http://www.geografia.fflch.usp.br/graduacao/apoio/Apoio/Apoio_Felicio /mudancas/05A -Ozonio.pdf. Procure no material que o professor disponibiliza na página da FFLCH.

LISBOA, Henrique de Melo. Química da atmosfera. Florianópolis: UFSC, 2008.

_______; SCHIRMER, Waldir Nagel. Metodologia de controle da poluição atmosférica. Florianópolis: UFSC, 2008.

MOLION, Luis Carlos Baldicero. Mitos do aquecimento global. In: Plenarium, v.5, n.5, p. 48 - 65, out., 2008. [Brasília: Câmara dos Deputados].

_______. CFC e a camada de ozônio - a farsa?. Salvador: UFBA, sem data. Disponível na página: http://www.google.com.br/url?sa=t&rct=j&q=&esrc=s&frm=1&source=web&cd=3&ved=0CC0QFjAC&url=http%3A%2F%2Fwww.geoambiente.ufba.br%2FArquivos%2520extras%2FTextos%2Fcontra-tese%2520do%2520CFC.doc&ei=A7GVUKelJpDU8wSMpIC4DQ&usg=AFQjCNGneWQct9RW5CEd9KFZNivrwqjQYw.

MONTE HIEB não está mais disponível neste sítio: http://www.geocraft.com/WVFossils /greenhouse_data.html

MOZETO, Antonio A. Química atmosférica: a química sobre nossas cabeças. In: Cadernos Temáticos de Química Nova na Escola, ed. especial, maio 2011.
 
NAOUM, Paulo Cesar; MOURAO, Celso Abbade; RUIZ, Milton Artur. Alterações hematológicas induzidas por poluição industrial em moradores e industriários de Cubatão, SP (Brasil). Rev. Saúde Pública,  São Paulo,  v. 18,  n. 4, Aug.  1984 .   Available from . access on  17  June  2013.  http://dx.doi.org/10.1590/S0034-89101984000400002.

ROCHA FILHO, Romeu; TOLENTINO, Mario. A química no efeito estufa. Química nova na escola, n. 8, nov. 2008.

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