Escrevi este artigo juntamente com outros dois sobre poluição, tema que já foi cobrado no CACD. Publico agora o referente a Mudanças Climáticas e Poluição Atmosférica.
Dúvidas entre em contato por email ou telefone.
Retomarei as aulas no segundo semestre de 2013.
Aguardem novidades!
Abraços,
W.
BIBLIOGRAFIA (encontrada também na Internet!):
CETESB [COMPANHIA AMBIENTAL DO ESTADO DE SÃO PAULO]. Qualidade do ar. Disponível em: http://www.cetesb.sp.gov.br/ar/Informa??es-B?sicas/21-Poluentes. Acesso 2 nov 2012.
FELÍCIO, Ricardo. Material não mais disponível na internet. http://www.geografia.fflch.usp.br/graduacao/apoio/Apoio/Apoio_Felicio /mudancas/05A -Ozonio.pdf. Procure no material que o professor disponibiliza na página da FFLCH.
LISBOA, Henrique de Melo. Química da atmosfera. Florianópolis: UFSC, 2008.
_______; SCHIRMER, Waldir Nagel. Metodologia de controle da poluição atmosférica. Florianópolis: UFSC, 2008.
MOLION, Luis Carlos Baldicero. Mitos do aquecimento global. In: Plenarium, v.5, n.5, p. 48 - 65, out., 2008. [Brasília: Câmara dos Deputados].
_______. CFC e a camada de ozônio - a farsa?. Salvador: UFBA, sem data. Disponível na página: http://www.google.com.br/url?sa=t&rct=j&q=&esrc=s&frm=1&source=web&cd=3&ved=0CC0QFjAC&url=http%3A%2F%2Fwww.geoambiente.ufba.br%2FArquivos%2520extras%2FTextos%2Fcontra-tese%2520do%2520CFC.doc&ei=A7GVUKelJpDU8wSMpIC4DQ&usg=AFQjCNGneWQct9RW5CEd9KFZNivrwqjQYw.
MONTE HIEB não está mais disponível neste sítio: http://www.geocraft.com/WVFossils /greenhouse_data.html
MOZETO, Antonio A. Química atmosférica: a química sobre nossas cabeças. In: Cadernos Temáticos de Química Nova na Escola, ed. especial, maio 2011.
NAOUM, Paulo Cesar; MOURAO, Celso Abbade; RUIZ, Milton Artur. Alterações hematológicas induzidas por poluição industrial em moradores e industriários de Cubatão, SP (Brasil). Rev. Saúde Pública, São Paulo, v. 18, n. 4, Aug. 1984 . Available from. access on 17 June 2013. http://dx.doi.org/10.1590/S0034-89101984000400002.
ROCHA FILHO, Romeu; TOLENTINO, Mario. A química no efeito estufa. Química nova na escola, n. 8, nov. 2008.
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W.
A atmosfera é um invólucro fundamental para a
existência de vida na Terra. Segundo Mozeto (2001: 42), ela é “o compartimento de deposição e acumulação
de gases (e de particulados) como o CO2 e o O2, produtos
dos processos respiratório e fotossintético de plantas terrestres e aquáticas”,
e “de compostos nitrogenados essenciais à
vida na Terra, fabricados por organismos (bactérias e plantas) a partir de N2
atmosférico”. Ademais, a atmosfera absorve a radiação solar, impedindo a
destruição de tecidos vivos por ultravioleta, e mantém a temperatura estável,
sem grandes oscilações. A figura 1 (MOZETO, 2001: 42) caracteriza a atmosfera
terrestre.
Figura 1:
Caracterização da atmosfera terrestre.
A tabela 1 (LISBOA & SCHIRMER,
2008: 3) mostra a composição química da atmosfera. Predominam o nitrogênio, com
78%; e o oxigênio, com 21%. Há, ainda, a presença de gases nobres, de dióxido e
de monóxido de carbono, de metano, de óxido nitroso e de amônia, entre outros
cujo percentual é muitíssimo baixo. Alguns desses compostos químicos são
considerados poluentes, que, segundo a CETESB (http://www.cetesb.sp.gov.br/ar/Informa??es-B?sicas/21-Poluentes), são quaisquer substâncias presentes
[...]
no ar e que, pela sua concentração, possa[m] torná-lo impróprio, nocivo ou
ofensivo à saúde, causando inconveniente ao bem-estar público, danos aos
materiais, à fauna e à flora ou prejudicial à segurança, ao uso e gozo da
propriedade e às atividades normais da comunidade. O nível de poluição
atmosférica é medido pela quantidade de substâncias poluentes presentes no ar.
A variedade das substâncias que podem ser encontradas na atmosfera é muito
grande, o que torna difícil a tarefa de estabelecer uma classificação.
Dessa forma, os poluentes são
classificados em primários, quando emitidos diretamente por fontes emissoras; e
secundários, quando são formados através de reações químicas na atmosfera entre
poluentes primários e componentes atmosféricos naturais. Classificam-se os
poluentes, outrossim, em naturais, como os emitidos em erupções vulcânicas, e
poluentes antrópicos, como aqueles decorrentes da queima de combustível fóssil.
Além disso, os poluentes são discriminados em seis categorias: material particulado,
dióxido de enxofre, monóxido de carbono, oxidantes fotoquímicos,
hidrocarbonetos e óxidos de nitrogênio.
Tabela 1: Composição química da atmosfera
A tabela 2 (LISBOA,
2007: 8) elenca os principais poluentes antrópicos, suas fontes e suas
principais características. Materiais particulados são aqueles que se mantêm
suspensos na atmosfera por serem muito pequenos, como poeira e fumaça; oxidantes
fotoquímicos correspondem “à mistura de
poluentes secundários formados por reações entre os óxidos de nitrogênio e
compostos orgânicos voláteis, na presença de luz solar” (http://www.cetesb.sp.gov.br/ar/Informa??es-B?sicas/21-Poluentes),
sendo o ozônio troposférico (não confundir com o ozônio natural), o principal
produto destas reações químicas que originam o smog fotoquímico. Acerca deste processo, Henrique Lisboa e Waldir
Schirmer (2008: 23-4) afirmam que
Tabela 2: Poluentes e suas fontes e
características.
[...]
‘smog fotoquímico’ é o termo utilizado para designar a concentração de ozônio
em baixas atmosferas (troposfera) decorrente da reação entre diferentes
poluentes emitidos antropogenicamente. A palavra ‘smog’ na verdade é a junção
das palavras inglesas ‘smoke’ (fumaça) mais ‘fog’ (neblina), cujo processo de
formação compreende inúmeros compostos e reações induzidas pela presença de luz
solar. Os principais ingredientes na formação do ‘smog’ são os compostos
orgânicos voláteis (COV), os óxidos de nitrogênio (ambos originados
principalmente a partir da combustão incompleta de combustíveis fosseis) e a
luz solar. Os compostos orgânicos voláteis (COV) incluem a maioria dos
solventes, lubrificantes e combustíveis em geral, sendo comumente emitidos por
indústrias químicas e petroquímicas (fontes fixas) e por veículos automotores
(fontes móveis). De modo geral, são compostos orgânicos com elevada pressão de
vapor (sendo facilmente vaporizados às condições de temperatura e pressão
ambientes). [...] Estes compostos compõem uma lista considerável de compostos
químicos (mais de 600), [em que] quase um terço destes constitui-se [de]
substâncias tóxicas.
Henrique Lisboa (2007) enumera seis
tipos de efeitos possíveis da poluição do ar: efeitos tóxicos sobre seres
vivos; efeitos desagradáveis dos maus odores; efeitos sobre os materiais; efeitos
econômicos; efeitos sobre a vegetação; e efeitos sobre as propriedades da
atmosfera. Entre os efeitos da toxicidade, há diversos sintomas desde cansaço e
dores de cabeça, a irritação nos olhos e nas vias respiratórias, asma, rinite,
bronquite e enfisema; destruição de enzimas e proteínas; câncer; degeneração do
sistema nervoso central, doenças nos ossos e anencefalia de fetos são os casos
mais graves.
Vila Parisi, uma área residencial
operária encravada no parque industrial de Cubatão, ficou conhecido por Vale da
Morte. As condições topográficas e meteorológico-climáticas contribuíam para a concentração
de poluentes, exigindo o funcionamento de mecanismos de controle permanentes
dos índices de poluição, o que não impediu “que
a concentração de partículas atingisse três vezes o nível de alerta”
(OLIVEIRA & SAGULA, 1984: 1). Diariamente, em 1977, as indústrias emitiam
“418 toneladas de monóxido de carbono,
220 de benzeno, 182 de dióxido de enxofre, 41 de óxidos de nitrogênio, 31 de
hidrocarbonetos, 2.600 de material particulado, além da liberação de outros 75
tipos de poluentes” (NAOUM; MOURÃO; RUIZ, 1984: 271).
Quanto aos materiais, o principal efeito
é a deterioração do patrimônio histórico em decorrência de reações químicas,
como as causadas por chuva ácida, por oxidação e pela formação de sais na
superfície de construções e de monumentos. Os efeitos econômicos ocorrem desde
a sujeira das roupas até os custos com saúde pública decorrentes das doenças
relacionadas à poluição. Sobre a vegetação, os efeitos mais comuns são
alterações no crescimento das plantas, alterações nas suas colorações normais e
o colapso do tecido foliar. Ademais, ocorre a
[...]
a redução da penetração da luz por sedimentação de partículas nas folhas ou por
interferência de partículas em suspensão na atmosfera; deposição de poluentes
no solo, por sedimentação (partículas grosseiras) ou por carreamento provocado
pelas chuvas (gases dissolvidos e partículas afins), permitindo a penetração
dos poluentes pelas raízes e alterando as condições do solo; penetração dos
poluentes pelos estômatos das plantas (LISBOA, op. cit.: 31).
Os efeitos sobre as propriedades
atmosféricas são os mais importantes para os candidatos ao IRBr, já que
implicam em acordos internacionais sobre as mudanças
climáticas, termo consagrado e que vem substituir efeito estufa e aquecimento
global, uma vez que não há consenso científico acerca do que ocorre com o
clima no planeta Terra, exceto pelo fato de que há alterações, em escala
temporal de décadas. Molion (2008: 49) assegura que
[...]
o
clima da Terra tem variado ao longo das eras, forçado por fenômenos de escalas
de tempo decadal até milenar. No final da década de 1970, após um período de 30
anos de resfriamento, surgiu a hipótese de que a temperatura média global da
superfície estaria aumentando devido à influência humana. Essa hipótese está
fundamentada em três argumentos: a série de temperatura média global do ar na
superfície ‘observada’ nos últimos 150 anos, o aumento observado na
concentração de gás carbônico e os resultados obtidos com modelos numéricos de
simulação de clima. Discutiram-se criticamente esses três aspectos, mostrando
suas deficiências, e concluiu-se que a representatividade global da série de
temperaturas é questionável e que a possível intensificação do efeito estufa
pelas atividades humanas, bem como as limitações dos modelos matemáticos de
simulação de clima não justificam a transformação da hipótese do aquecimento
global antropogênico em fato científico consumado. Apresentaram-se argumentos
que sugerem que um resfriamento global, paulatino, nos próximos 15 a 20 anos
seria igualmente provável, em face do conhecimento atual que se tem do clima
global e de sua variabilidade. Para os climas brasileiros, o resfriamento produz
impactos socioeconômicos negativos, pois reduz as chuvas de maneira geral e
submete o Sul e Sudeste a uma freqüência maior de geadas no inverno.
Efeito estufa é um fenômeno natural da
dinâmica da atmosfera, a qual retém calor e possibilita a existência da vida no
planeta da forma como a conhecemos. Os gases que contribuem para a ocorrência
desse fenômeno são dióxido de carbono (CO2), metano (CH4), óxido nitroso (N2O)
e o vapor d’água. O efeito estufa atribuído ao homem decorreria do aumento da
concentração desses gases por razões antrópicas, formando-se uma espécie de
filtro que reteria o calor a ser dissipado à noite. Por sua vez, esse aumento
da temperatura poderia derreter as calotas polares, aumentando
significativamente o nível do mar, entre outras trágicas consequências.
Para evitar a confusão entre o efeito
estufa natural daquele que hipoteticamente é atribuído ao homem, optou-se por
nomear essa possível elevação da temperatura de causas antropogências como
aquecimento global. Contudo, isso não criou consenso. Considerando-se a
série de temperatura média global do ar na superfície ‘observada’ nos últimos 150
anos, deve-se lembrar que as estações climatométricas encontram-se em cidades,
sujeitas às ilhas de calor, ademais da falta de padronização e da mudança de
instrumentação nesse período. Ainda conforme Molion (ibid.: 51-3),
[...] os desvios
de temperatura do ar para o globo, com relação à média do período 1961-1990,
aumentaram cerca de 0,6 °C desde o ano de 1850. Vê-se que, até aproximadamente
1920 em princípio, houve apenas variabilidade anual, e aparentemente não
ocorreu aumento expressivo de temperatura num período extenso, embora haja
relatos de ondas de calor como, por exemplo, a de 1896 nos Estados Unidos, que
deixou mais de 3 mil mortos somente em Nova York. Porém, entre 1920 e 1946, o
aumento global foi de cerca de 0,4 °C. No Ártico, por exemplo, em que há
medições desde os anos 1880, o aumento foi cerca de dez vezes maior nesse período,
2,7 °C somente entre 1918 e 1938! Entre 1947 e 1976, houve um resfriamento de
cerca de 0,2 °C, não explicado pelo IPCC, e, a partir de 1977, a temperatura
média global aumentou cerca de 0,3 °C. O próprio Painel concorda que o primeiro
período de aquecimento, entre 1920 e 1946, pode ter tido causas naturais,
possivelmente o aumento da produção de energia solar e a redução de albedo
planetário[1]
[...]. Antes do término da Segunda Guerra Mundial, as emissões decorrentes das
ações antrópicas eram cerca de 10% das atuais; portanto, torna-se difícil
argumentar que os aumentos de temperatura naquela época tenham sido causados
pela intensificação do efeito estufa provocada pelo homem. A polêmica que essa
série de anomalias tem causado reside no fato de o segundo aquecimento, a
partir de 1977, não ter sido verificado, aparentemente, em todas as partes do
globo. [...] A série de temperaturas médias para os Estados Unidos, por
exemplo, não mostrou esse segundo aquecimento, sendo a década de 1930 mais
quente que a de 1990. [...] Um aspecto muito importante é que as séries de 150
anos são curtas para captar a variabilidade de prazo mais longo do clima. A
segunda metade do século XIX foi o final da ‘Pequena Era Glacial’, um período
frio, bem documentado, que perdurou por alguns séculos. E esse período coincide
com a época em que os termômetros começaram a ser instalados mundialmente.
Portanto, o início das séries de 150 anos, utilizadas por vários pesquisadores
que contribuíram para o Relatório do IPCC, ocorreu num período relativamente
mais frio que o atual e leva, aparentemente, à conclusão errônea de que as
temperaturas atuais sejam muito altas ou ‘anormais’ para o planeta. Conclui-se
que existem problemas de representatividade, tanto espacial como temporal, das
séries de temperaturas observadas na superfície da Terra, o que torna
extremamente difícil seu tratamento e globalização. E que estações
climatométricas de superfície, portanto, são inadequadas para determinar a
temperatura média global da atmosfera terrestre, se é que se pode falar,
cientificamente, numa ‘temperatura média global’.
Outro fator de controvérsia é decorrente
da concentração de CO2. Para o IPCC[2]
(2007: 37), no momento atual há a maior concentração deste gás e de metano na
atmosfera dos últimos 650 mil anos, cujo aumento origina-se da queima de combustíveis
fósseis, mas Monte Hieb (http://www.geocraft.com/WVFossils
/greenhouse_data.html) afirma que 95% do efeito
estufa é decorrente do vapor d’água, e que a contribuição humana causaria entre
0,28% e 5,53% desse fenômeno. Além do questionamento da metodologia de
cilindros de gelo e dos modelos de simulação de clima (MCGs), Molion (2008:
55-6; 59) lembra que
[...]
não
há comprovação de que o CO2 armazenado na atmosfera seja originário de emissões
antropogênicas. Afirma-se que o CO2 atmosférico tem aumentado a uma taxa anual
de 0,4%, correspondendo a um incremento de 3 bilhões de toneladas de carbono
por ano (GtC/ano) armazenadas na atmosfera. De acordo com o Sumário do IPCC,
somente as emissões por queima de combustíveis fósseis totalizariam 7 GtC/ano.
Estima-se que os oceanos, por sua vez, absorvam 2 GtC anuais. Portanto, o
balanço não fecha, e ainda faltaria encontrar o sumidouro das 2 GtC/ano
restantes, fluxo esse que foi denominado na literatura ‘o carbono desaparecido’.
A vegetação – florestas nativas, como a Amazônia, e plantadas – possivelmente
seria a seqüestradora desse carbono. Por outro lado, sabe-se que a solubilidade
do CO2 nos oceanos varia inversamente a sua temperatura. Ou seja, oceanos aquecidos
absorvem menos CO2 que oceanos frios. Como a temperatura dos oceanos aumentou
ao longo do século XX, a concentração de CO2 atmosférico já poderia ser até superior
à medida atualmente, considerando-se apenas as emissões antrópicas. Portanto, é
possível que o fluxo de CO2 absorvido pelos oceanos esteja sendo altamente
subestimado. A literatura cita que o fluxo para dentro dos oceanos foi estimado
em 92 GtC/ano. Um erro de 10% nessa estimativa corresponderia a uma fração três
vezes maior que a que fica armazenada na atmosfera anualmente. [...] não [se] esgota[m], de maneira alguma, os
problemas de modelagem dos processos físicos e as possíveis fontes de erros dos
MCGs atuais. Porém, são suficientes para demonstrar que as ‘previsões’ feitas
por eles para os próximos 100 anos podem estar superestimadas e que, portanto,
a hipótese do aquecimento pelo efeito estufa intensificado, aceita pela
maioria, segundo se afirma, pode não ter fundamento sólido, já que os
resultados de modelos são um de seus três argumentos básicos utilizados em
defesa da hipótese do aquecimento global antropogênico.
Desse modo, o único ponto em que a comunidade
científica concorda é que estejam ocorrendo mudanças climáticas. Molion (ibid.:
59-64) afirma, contudo, não apenas que o homem não é responsável pelas mudanças
climáticas, mas que, ao contrário da afirmação que a temperatura na Terra está
aumentando, o que tem ocorrido é o resfriamento do planeta. De todo modo, o
climatologista ressalva a necessidade de estudos sobre outras variáveis que
influenciam o clima, como a temperatura da superfície dos oceanos, a variação
da produção de energia solar, a tectônica de placas, o vulcanismo, os
parâmetros orbitais da Terra e os impactos dos raios cósmicos galáticos.
Apesar de não acreditar em mudanças
climáticas de causas antropogênicas, Molion assevera que não há quaisquer
razões para a degradação ambiental. Outra polêmica na qual este acadêmico toma
parte é sobre o buraco na camada de ozônio. Nesse caso, também há teses de que
a ação humana contribuiu para a alteração da química do ozônio na atmosfera –
na estratosfera, este componente químico absorve radiação ultravioleta; na
troposfera é poluente. Há quatro teorias principais para explicar esse
fenômeno: a dinâmica, a do óxido de nitrogênio, a da ação dos gases CFC e a dos
ciclos solares. Segundo Henrique Lisboa (2007: 18), a teoria dinâmica
[...]
é muito importante para estudos sobre o ozônio na estratosfera. A prova maior
da importância de movimentos dinâmicos sobre a distribuição e variação do
ozônio é sua variação latitudinal. A maior produção fotoquímica do ozônio deve
ocorrer no equador, onde a incidência de radiação UV é mais intensa. Por causa
da circulação atmosférica, no entanto, começando com a célula de Hadley na
região equatorial, massas de ar são continuamente elevadas na vertical no
equador e transportadas para as regiões polares. Em consquencia, a concentração
de ozônio não é máxima no equador, mas nas regiões de latitudes altas. A
circulação na estratosfera não é idêntica nos polos norte e sul. O transporte
de massas de ar do equador praticamente atinge o polo norte, mas não o polo sul;
a circulação equatorial só atinge o paralelo 60. Acima desta latitude predomina
uma circulação polar própria do hemisfério sul, em torno de um ponto comum que
é o Vórtex Polar, e que domina o inverno Antártico.
Sobre a teoria do óxido de nitrogênio, o
autor afirma que a presença excessiva desse composto químico destruiria na
mesma proporção as moléculas de ozônio; esse excesso decorre da combustão e do
uso de fertilizantes nitrogenados. O metano também contribuiria para a
degradação do ozônio estratosférico. Outra teoria é a dos CFC, desenvolvida por
Sherwood Rowland e Mario Molina. De acordo com Romeu Rocha Filho (1995: 10),
Rowland participou de uma reunião entre químicos e meteorologistas, em 1972, e,
durante um intervalo,
[...]
após uma exposição sobre os gases clorofluorocarbonetos (CFCs), ouviu falar de
uma descoberta do cientista inglês James Lovelock [o mesmo que criou a Teoria
de Gaia]. Em 1970, Lovelock tinha descoberto um CFC (o triclorofluorometano,
conhecido comercialmente como CFC-11) na atmosfera sobre a Irlanda Ocidental;
isto era atípico, pois a maioria dos poluentes atmosféricos logo desaparece
através de processos de remoção denominados “sumidouros”. [...] Os CFCs
aparentemente não tinham sumidouros ativos na troposfera e lentamente subiam para
a atmosfera superior.
Molina foi orientando de
Rowland, e as pesquisas conduzidas por ambos levaram à conclusão de que “estava na estratosfera o sumidouro dos
CFCs” – “um único átomo de cloro
poderia destruir milhares de moléculas de ozônio”. Ricardo Felício (http://www.geografia.fflch.usp.br/graduacao/apoio/Apoio/Apoio_Felicio
/mudancas/05A -Ozonio.pdf) contesta:
[...] a
quantidade de energia do Sol é praticamente uma constante, mas as freqüências
de emissão não o são. Ele pode compensar emissões de energia em outros
comprimentos de onda. Por exemplo, emitir um pouco menos no visível, mas emitir
mais no ultravioleta. Sabemos que a atividade solar possui ciclos de 11 anos,
alternando máximos e mínimos. Durante esse processo, diversos fenômenos solares
ocorrem como manchas solares, flares, protoplasmas, grupo de manchas
etc. O que se percebe é que o número de manchas solares incide na quantidade de
radiação ultravioleta emitido pelo Sol. Quanto menos manchas, menos radiação
ultravioleta, mínimo solar (e mais radiação visível, ou seja, brilho). Notemos
que o ano de 1996 coincidiu com um "mínimo solar", ciclo 23, ou seja,
quando a atividade solar esteve num mínimo, o Sol produziu menos radiação
ultravioleta (UV) que é essencial para a produção de O3, isto é, menos UV,
menor concentração de O3. O Sol atingiu um máximo (não tão máximo) de atividade
em 2000, ciclo 23 (Fig.28) e a concentrações de O3 aumentaram. Em 2007-2008, o
Sol estará num novo mínimo, menos UV, e o “buraco” na camada de ozônio voltará
a crescer. O máximo solar de 2000 foi suficiente para aumentar as concentrações
globais de O3 em cerca de 3% acima da média (Fig.29). Um ponto interessante, é
que existe um possível ciclo solar, de cerca de 90 anos (Ciclo de Gleissberg).
Este, prevê que o Sol vai estar num grande mínimo de atividade (minimum
minimorum) nos
próximos
dois ciclos solares (próximos 22 anos), ou seja, de agora até os anos
2022-2023, caso se repitam os ciclos anteriores (1890-1915 e 1800-1825).
Ao contestar as causas
antrópicas das anomalias encontradas na camada de ozônio, Molion (http://www.google.com.br/url?sa=t&rct=j&q=&esrc=s&frm=1&source=web&cd=3&ved=0CC0QFjAC&url=http%3A%2F%2Fwww.geoambiente.ufba.br%2FArquivos%2520extras%2FTextos%2Fcontra-tese%2520do%2520CFC.doc&ei=A7GVUKelJpDU8wSMpIC4DQ&usg=AFQjCNGneWQct9RW5CEd9KFZNivrwqjQYw) afirma que
[...] há quase 10 anos, reanalis[ou] as séries de ozônio de Oslo e Tronsoe, Noruega, e escrev[eu] um trabalho mostrando que as concentrações de ozônio estratosféricos
são altamente variáveis e dependem da variação de fatores internos e externos
ao sistema Terra-atmosfera, como produção de radiação ultravioleta pelo Sol e a
presença de aerossóis vulcânicos. A verdade é que não há evidências científicas
de que a camada de ozônio na estratosfera esteja sendo destruída pelos
compostos de clorofluorcarbono (CFCs), que são gases utilizados em refrigeração
(geladeira, ar condicionado), como Freon 11 e Freon 12 da Du Pont. O que ocorreu foi que, como os CFCs se
tornaram de domínio público e já não podiam ser cobrados direitos de
propriedade ("royalties")sobre sua fabricação, as indústrias, que
controlam a produção dos substitutos (ICI,Du Pont, Atochem, Hoechst, Allied
Chemicals), convenceram "certos" governos de países de primeiro mundo
(começou com Sra. Margareth Tatcher, Ministra da Inglaterra)a darem apoio para
a "a farsa da destruição da camada de ozônio e do aumento do buraco de
ozônio na Antártica" pois, agora, os seus substitutos recebem
"royalties". O Freon 12, por exemplo, custava
US$1,70/kg e seu substituto R-134 custa quase US$20,00/kg. Como essas 5
indústrias têm suas matrizes em países de primeiro mundo e pagam impostos lá,
não fica difícil de se concluir para onde vai nosso dinheiro e de quem é o
interesse de sustentar uma idéia, ou hipótese tão absurda como essa da
destruição da camada de ozônio pelo homem. Na minha opinião, essa hipótese é
uma atitude neocolonialista, ou seja, de domínio dos países ricos sobre os
pobres, através da tecnologia e das finanças. Países tropicais, como Brasil e
Índia, precisam de refrigeração a baixo custo. A hipótese da destruição da
camada de ozônio é uma forma de transferir dinheiro de países pobres para
países ricos, que já não possuem recursos naturais e têm que sobreviver
explorando os outros financeiramente.
Cabe ressaltar, por fim, que
certos posicionamentos estão associados a ideologias políticas. A ciência está
longe de ser neutra; muitos que negam o aquecimento global costumam ter
posicionamentos direitistas, enquanto que a proteção a patentes e tecnologias
verdes vincular-se-iam ao liberalismo. Em um período em que a distinção entre
esquerda e direita se torna confusa, não é possível garantir o pertencimento de
um cientista a determinado espectro político. Para o candidato e para o diplomata,
é importante conhecer ambos os lados do debate; para o concurso, é válido o
fato concreto – o arcabouço normativo das convenções das Nações Unidas, que
veremos à frente.
[1] Albedo
planetário – percentual de [radiação de ondas curtas] ROC refletido de volta
para o espaço exterior, atualmente cerca de 30%.
BIBLIOGRAFIA (encontrada também na Internet!):
CETESB [COMPANHIA AMBIENTAL DO ESTADO DE SÃO PAULO]. Qualidade do ar. Disponível em: http://www.cetesb.sp.gov.br/ar/Informa??es-B?sicas/21-Poluentes. Acesso 2 nov 2012.
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_______; SCHIRMER, Waldir Nagel. Metodologia de controle da poluição atmosférica. Florianópolis: UFSC, 2008.
MOLION, Luis Carlos Baldicero. Mitos do aquecimento global. In: Plenarium, v.5, n.5, p. 48 - 65, out., 2008. [Brasília: Câmara dos Deputados].
_______. CFC e a camada de ozônio - a farsa?. Salvador: UFBA, sem data. Disponível na página: http://www.google.com.br/url?sa=t&rct=j&q=&esrc=s&frm=1&source=web&cd=3&ved=0CC0QFjAC&url=http%3A%2F%2Fwww.geoambiente.ufba.br%2FArquivos%2520extras%2FTextos%2Fcontra-tese%2520do%2520CFC.doc&ei=A7GVUKelJpDU8wSMpIC4DQ&usg=AFQjCNGneWQct9RW5CEd9KFZNivrwqjQYw.
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NAOUM, Paulo Cesar; MOURAO, Celso Abbade; RUIZ, Milton Artur. Alterações hematológicas induzidas por poluição industrial em moradores e industriários de Cubatão, SP (Brasil). Rev. Saúde Pública, São Paulo, v. 18, n. 4, Aug. 1984 . Available from
ROCHA FILHO, Romeu; TOLENTINO, Mario. A química no efeito estufa. Química nova na escola, n. 8, nov. 2008.
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